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1.
música não é só bater junto mas é bater junto também música não é só bater junto é bater junto de alguém música é o país dos mais promíscuos ritmo fere o cálcuro música é um país canibalista mas não há razão de se temer música não é só bater junto ou a razão pra algo ser música não é só bater junto é uma matéria sem porque música não é só bater junto mas é bater junto também música não é só bater junto é ser amado por alguém
2.
Pode esquecer toda a razão Também não tem mais coração Nada será como era antes Sua pele já apodreceu Venderam tudo o que era seu A sua casa tá vazia Morto, morto, morto Por que não vê que já morreu? Passaram dois, dez, vinte anos E só você não percebeu Se você quiser acreditar No cemitério do Araçá Tem uma pedra com seu nome Quando a gente morre é pra morrer E também vale pra você Pode esquecer suas pendências Morto, morto, morto Por que não vê que já morreu? Passaram dois, dez, vinte anos E só você não percebeu Morto, morto, morto Por que não vê que já morreu? Passaram dois, dez, vinte anos E só você não percebeu Morto, morto, morto Por que não vê que já morreu? Passaram dois, dez, vinte anos E só você não percebeu
3.
A cadeira estava sem as pernas sentada no chão, no centro da sala. As partes formavam uma cruz a cor era nostálgica dava sentido pra dança da poeira até grudar na janela. (precisava de circulação) Rastros de um desmanche, mancha dos objetos no chão! Rastros de um desmanche, mancha dos objetos no chão! No vidro não tinham desenhos, mas tinham digitais No vidro não eram desenhos, mas eram digitais No meu ouvido ela gritava: - Baby, Baby... Eu sei que tudo morre, que tudo acaba, que a morte faz um risco na retina como a faca de Buñuel. E Os olhos se regeneram mas o trauma do corte refaz seu movimento num eco fantasma. Olhe para este ponto, fure aqui. Amorteça esse desenho, corte aqui. - Quero dar um Reload, uma turbinada Olhe para esse ponto, amorteça meu desejo... Pra uma cicatrização perfeita e o disfarce completo da cirurgia Mas é plástico, é uma enrascada! O sorriso é prático. A mulher diz “Vai com Deus”, Deus não tá alí. o sorriso era histérico e aquela delicadeza escondia uma violência mortífera que envenenava o vento Eles diziam; vamos nós ao vosso Reino (numa construção ambiciosa) Eles diziam: seja feita a vossa vontade (na frente do espelho) Com o altar queimado e o olhar em cruz: Céu/Inferno/Morte/Sul Céu/Inferno/Morte/Sul E as doenças tantas que as flechas de Miguel vinham com insights alopáticos Os colapsos eram pessoais, mas manchavam a paisagem. a paisagem era bela Alguém gritava: “mata-me de desejo” o sexo que era estranho “mata-me de desejo” o menino é real “mata-me de desejo” a paisagem era bela “mata-me de desejo” a faca era decepcionante “mata-me de desejo” o sorriso era histérico “mata-me de desejo” havia um brilho no microscópio do seu olhar. Viajar por uma estrada e longe confundir As casas espalhadas nos morros com estrelas É perder o céu (Perder a verticalidade) Tem luz Mas não é o mistério Tem luz Mas não é a fonte reluz Mas não é a Luz a cidade verticaliza A referencia horizontaliza Horizontal por que um plano chapado na minha frente desenha uma paisagem Bidimensional E não dá perspectiva para mirar o mistério Tem luz Mas não é o mistério Tem luz Mas não é a fonte reluz Mas não é a Luz Um encosto é: Uma vida sem vivente, É um movimento sem Fonte Pregando o tempo, Tilt, loop, fragmento. Foi fonte de um sentimento atravessado Ou amoroso Mas uma obsessão Que pega carona num corpo desavisado A onde espelha sua fonte criação Tem luz Mas não é o mistério Tem luz Mas não é a fonte reluz Mas não é a Luz Tem luz Mas não é o mistério Tem luz Mas não é a fonte É luz Mas não é a Luz Viajar por uma estrada e longe confundir As casas espalhadas nos morros com estrelas É perder o céu Tem luz Mas não é o mistério Tem luz Mas não é a fonte reluz Mas não é a Luz
4.
"Dancei com esqueletos, amanheci nos porões Risos quentes botam a mesa, mãos frias contam moedas Marchei, marchei Atrás de qualquer comédia Mas nas noites de inverno todos os bichos buscam refúgio Risadas, vinhos da casa, música, música, música Sobre cidades que não conheci, também sobre mulheres loucas Lá fora a noite era fria, dentro ninguém mais era estranho, Nos olhos tristes da companhia, piscava um aviso em neon: Não isto não é um sonho Tentei limpar minha garganta, molhei os meus dois sapatos Não é nem dia nem noite, nos disse um anjo inválido Andamos, andei, seu corpo me aqueceu Piscava o aviso em neon e ela assoviou para mim."

about

Por Thiago França
"A tarefa de escrever sobre qualquer obra de arte só pode ser considerada simples se abordada de forma rasa e descompromissada, quiçá displicente. Escrever sobre arte é um problema pois criar um jogo de referências para entender uma obra é diminuir seu potencial e originalidade, induz o olhar do observador de forma castradora. Sem contar que ao final da maioria dos textos aprendemos mais sobre seus autores que sobre os objetos - coisas que tentarei evitar.
A pior missão a qual uma resenha pode se dispor é a de tentar explicar, desvendar significados escondidos como num enigma, um vide-o-verso de sentidos escamoteados em entrelinhas de escalas, acordes ou palavras. Não há verdade absoluta, sim-ou-não, como numa anedota dicotômica que perde a graça depois de revelada. O rolê da arte é outro - ou pode ou deve ser. Ao artista interessa a controvérsia, o paradoxo, o figurado, símbolos mutáveis que em constante movimento geram calor. A verdade literal é fria e solitária, mora num deserto empoeirado quase esquecida, nostálgica do dia em que veio ao mundo.
Os artistas mais atentos parecem estar desconectados do presente por terem abandonado a pressa da objetividade linear e trazer à tona o que falta à realidade ao invés de reverberar o que já está pronto. O tatibitati da literalidade só interessa às prateleiras das lojas de departamento e aos tijolinhos de jornal. Enquanto o entertainer tenta acertar os números da loto, o artista atira ao mar, engarrafados, seus mais fundos pensamentos, sem pressa de atingir destinatário.
Assim me apareceu “Volume Único”, em quatro canções repletas de camadas, fagocitadas pelo grupo que, em segundo plano, protagoniza o disco. Sem virtuosismo vulgar, sem execuções vetoriais, o disco se apresenta como organismo vivo onde vozes (letras) e banda (sons) se retroalimentam na construção dos arranjos, manuseiam o som em estado bruto (aqui, nada a ver com “brutal”), antes dos gêneros e das construções radiofônicas, sem verniz, sem curso de etiqueta. Batimentos (intervalos microtonais), assimetrias, dinâmicas e texturas criam um leque abrangente de sensações e eis um ponto crucial: as obras de arte demandam criatividade também de quem as apreciam.
Não há o que entender, não há explicação, apenas o quanto cada um estará disposto a mergulhar e se deixar levar, seja racional e pela força da inquietação da dúvida, seja sensorial e como mero espectador de frequências sonoras, seja as duas coisas. Muito mais interessante do que chegar a uma conclusão é caminhar pelas perguntas certas.
Respostas são para os fracos."

credits

released June 14, 2018

Arthur Decloedt - Double bass
Filipe Nader - Alto and Baritone Saxophones
Guilherme Marques - Drums
Amilcar Rodrigues - Trumpet and Euphonium
Cuca Ferreira - Baritone Saxophone

Compositions:
Sessa on track 1
Tim Bernardes on track 2
Luiza Lian/Filipe Nader on track 3
Pedro Pastoriz on track 4

Recorded by Gui Jesus Toledo at A voz do Brasil , São Paulo, Brazil, February, 2017
Mixed by Gui Jesus Toledo at Canoa Studio.
Mastered by Gui Jesus Toledo
Produced by Filipe Nader and Arthur Decloedt
Arrangements and musical production by Filipe Nader and Arthur Decloedt
Executive production by Travassos for Trem Azul
Design and artwork by Maria Cau Levy

This record is a joint venture between Shhpuma & Selo Risco labels.

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Música de Selvagem São Paulo, Brazil

O grupo brasileiro Música de Selvagem lança em dezembro de 2021 seu terceiro disco, “Pensamento Selvagem”, inspirado no obra do antropólogo Claude Lévi-Strauss. Realizado a partir de vasta pesquisa de materiais na internet e repleto de colagens, samples, narrações e manipulações sonoras, o álbum sai pelo selo RISCO e tem arte gráfica de Maria Cau Levy. ... more

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